quinta-feira, 16 de setembro de 2010

APAE


- Eu cá sei, eu cá sei! Fazem-se bebés quando o homem põe a pilinha no pipi da mulher e depois sai uma coisa e os bebés ficam feitos. É assim, não é?
As vozes sobrepõem-se na aula de educação sexual. Há guinchos e gargalhadas e batidas na mesa. Os temas debatidos provocam excitação. Marta recém contratada pela instituição, percebe que Tião está eufórico. Ele fica de pé e todos vêem que seu pênis, sem a proteção da cueca que ele nunca usa, totalmente ereto, forma uma protuberância gigantesca na calça de moleton. Todos os outros apontam riem e debocham:
-Caraiudo! Caraiudo! Pinto duro!
Marta tenta apaziguar o alvoroço. Olha espantada a calça do rapaz e, antes de mandá-lo sentar, percebe-se estática, hipnotizada, imaginando pelo volume o tamanho do cacetão do deficiente mental. Fica imediatamente excitada.
- Silêncio gente! Senta Tião!
-Eu quero fazer sexo. E até já fiz montes de vezes com imensos homens!, grita Aninha, provocando as gargalhadas dos outros.
- Calma! Vamos lá! Quem é que sabe o que é uma relação sexual?, interrompe Marta, constrangida com a exaltação que a temática provoca sempre.
Fim da sessão. Marta exausta vai pra sala dos professores. Dona Mirtes ,uma portuguesona linha-dura, funcionária há mais de 27 anos olha-a com pena:
-Força Marta. Força. Eu já trabalhei com isso. Ainda há muito mal-estar, mesmo por parte dos técnicos que trabalham todos os dias com os deficientes. Às vezes vinham ter comigo muito perturbados: 'Ai fulano está ali a masturbar-se, que horror!' Mas que horror porquê?" eu dizia. Você tem que saber que é essencial ensiná-los a explorar o corpo em privado mas também sabe que nem todos têm a capacidade para aprender: E nesses casos, a questão é simples: a quem é que aquilo está a incomodar? É a quem vê, não é? Então talvez o deficiente possa continuar o que está a fazer, e quem estiver incomodado que abandone a sala.
Marta continuou ouvindo:- Já vi de tudo. Desde funcionárias que batiam nos deficientes que estavam em práticas masturbatórias, às que lhes chamavam porcos, 'tira daí a mão, que grande porcaria', até à situação contrária, técnicas que os estimulavam com revistas pornográficas, para satisfazerem as suas tendências voyeuristas. Um nojo!
Enquanto a velha falava, Marta não parava de pensar na cena do Tião. Sentiu-se molhada. A vagina latejava. Olhava pra Dona Mirtes e fazia que sim com a cabeça enquando ela falava pelos cotovelos:
- Se há quem os considere assexuados, há quem pense o oposto, que eles só pensam nisso, de uma forma quase animalesca. As duas opiniões estão erradas porque, no que diz respeito à sexualidade, eles são exactamente como todas as outras pessoas. Você sabia Marta, que na Holanda, há técnicos que ensinam os utentes a masturbar-se e até há técnicos que masturbam os deficientes profundos, incapazes de o fazer sozinhos? No nosso país não há profissionais que o façam. Haverá alguns, mas escondidos no segredo dos deuses. Sinceramente, eu acho que a razão para tanto secretismo prende-se sobretudo com aquilo que os outros possam pensar, não é? Um técnico que tenha o à-vontade para o fazer tem sempre medo dos julgamentos dos colegas ou de quem possa vir a saber. Mas os receios não se esgotam aí, menina. Alguns técnicos perguntavam-me: e depois se eles se habituam? Todas estas questões também têm muito que ver com a nossa educação judaico-cristã...
Marta não agüentava mais a falação. Pediu licença e, sem ao menos esperar a resposta, saiu deixando a velha falando sozinha.
Antes de pegar o corredor da saída teve um momento de loucura. Deu meia-volta, dirigiu-se ao quarto de Tião e vendo-o sozinho deitado na cama entrou e trancou a porta por dentro.
- Oi Dona Fessora!
Marta olha para aquele deficiente com idade mental de menos de 6 anos, sente pena. Nojo. Raiva. Tem vontade de espancar aquele branquelão gordo, sebento, débil. Como pode um merda desses deixá-la tão excitada? Vira em direção à porta e antes de sair olha pra trás. Tião está deitado olhando pra sua bunda. A protuberância de novo na surrada e fedorenta calça de moleton. Marta sente sua buceta latejando, fica tonta, parte pra cima do rapaz e dá-lhe um soco no meio da cara:
- Tira a calça seu de retardado de merda!
Tião tira a calça e a camisa e as meias. Fica totalmente nu. O membro enorme apontando pra cima, culhões roxoss. Cheiro de porra seca e bunda mal lavada. Marta nunca tinha visto um pau tão grande. Tira a sandália, bota o pé esquerdo todo sujo na boca do rapaz e grita:
- Lambe seu porco! Lambe meu pé seu mongolóide imundo!
Tião obedecendo à professora começa a lamber com força. Marta enfia o pé até a metade da sua garganta e com força empurra a cabeça até o chão. Apóia todo o peso da sua perna esquerda na boca de Tião. Ele ameaça golfar. Ela levanta a saia, chega a calcinha pro lado e , ainda com o pé dentro da boca do deficiente, agacha-se e numa só encaixada sente o enorme pênis entrando todo na sua vagina. Goza na terceira cavalgada. Tira o pé todo molhado de baba da boca do demente, levanta-se, recompõe-se e fica de pé. Olha pro Tião deitado de bruços vomitando. Sai do quarto. Ainda é tarde. No pátio a corriqueira gritaria dos internos. Vai pra casa. Vai direto pro chuveiro, toma um banho demorado. Ao sair beija o marido na sala e, antes de ir para a cama exausta, passa no quarto do filho com Síndrome de Down e dá-lhe um beijo carinhoso na testa.

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